Relato neste Blog o trabalho com Formação de Professores para inclusão dos Recursos Tecnológicos no processo de Ensino Aprendizagem. São ações do ProInfo Integrado e programas de formação de professores UAB/UFSM.

domingo, 20 de novembro de 2011

Tempo: Dimensão Cronológica e Dimensão Kairológica

Extratos do texto A PROBLEMÁTICA DO TEMPO NOS PROGRAMAS DE FORMAÇÃO DOCENTE ONLINE de Lucila Maria Pesce de Oliveira.

Se antes o tempo dos homens era o tempo da natureza, dos ciclos, do plantio, da colheita, das estações do ano, do nascer e do pôr-do-sol – tempo Kairológico, na contemporaneidade os homens só vivenciam o tempo linear, objetivo e opressor do relógio – tempo cronológico. Quantos de nós passamos anos e anos entrando em uma empresa, fábrica, escola ou qualquer outro espaço de trabalho pela manhã e saímos à noite, sem jamais contemplar o entardecer? Quantos de nós gastamos o tempo de lazer em shopping centers, sem qualquer contato com o clima ou com o tempo? Não há dia ou noite nos shoppings. Não há frio ou calor. Todo dia é dia para consumir bens materiais e culturais.
A ausência da dimensão kairológica, e, por conseguinte, do tempo historicizado retro e prospectivamente, faz com que se viva em meio à fugacidade das relações de trabalho, das relações interpessoais, dos momentos de fruição e de reflexão.
Esse tempo frenético também estende seus tentáculos para a educação e para os programas de formação.
Asmann (1998) alerta para o impasse em que se encontra a Educação, em face das temporalidades, ao mostrar que, nos processos pedagógicos, pode ser desastroso “querer aprisionar a experiência temporal na exatidão dos relógios, porque os relógios não marcam temporalidades vivenciais. Por outra parte, vivemos imersos em tempos medidos e é preciso que isso seja tomado em conta”
Pesce (2009) afirma que o tempo tem sido um fator determinante na contemporaneidade, influenciando todo o processo de aprendizagem, inclusive a formação docente. Vivemos hoje apenas o tempo do relógio, não há espaço para a dimensão kairológica, aquela que é sentida através das experiências vivenciais e não cronológicas o que resulta na falta de aprofundamento da leitura e reflexão.

Sobre as tecnologias Asmann (1998) aponta a ambigüidade inerente: possibilitam uma economia de tempo e também são cronofágicas, devoram o tempo.

Aos professores, que trabalham com tempos didáticos para desenvolver seu trabalho, mas cujo resultado depende do tempo de aprendizagem do aluno, o qual não é mensurado, resta a incerteza dos resultados. Para aproximar os tempos didáticos (dimensão cronológica) e de aprendizagem (dimensão kairológica) o planejamento e os recursos utilizados são fundamentais.

Texto disponívem em:

Nenhum comentário:

Postar um comentário